Eu não queria esse Brasil que está se desenhando

Comecei a votar em 2014 e votava de forma apaixonada e baseada nas ideologias. Eu queria um Brasil melhor, estava desiludido em como as coisas estavam convergindo se no lugar.<br><br>Nós tivemos dois governos derrotados em um país de duas eleições, ou seja, as mesmas figuras se revezando no poder. E os dois foram desastrosos para o país.<br><br>O Brasil não podia continuar reincidindo nos mesmos erros, as pessoas sofriam para ganhar o mínimo digno. A inflação, o desemprego, a falta de oportunidades de escala social, a não valorização de um trabalhador, as injustiças e o sistema de classes no país, e tantos outros motivos que levaram o Brasil a essa situação. Um país caro, mas de má qualidade para todos.<br><br>Então eu estava desesperada e amedrontada e votei em uma pessoa que prometia mudar, mas que na época eu sabia ser um homem errático e um fascista. A combinação perfeita de carismas e verdades.<br><br>E eu estava errada.<br><br>Tudo isso era manifesto e o Brasil resolveu apostar em uma pessoa que não prometia um Brasil melhor, e sim um Brasil se separando. E perguntar para um fascista o que é melhor é a fórmula para o desastre.<br><br>E o Brasil está se desfazendo. A união que havia se desfeito, e que havia se desfeito ao longo da história, está se destruindo. E isso não é culpa de uma pessoa, um governo, ou um partido.<br><br>É o resultado de tudo que fanatizou o Brasil. A partir do momento que brasileiros foram para as ruas pedir que seus concidadãos fossem mortos ou presos, o Brasil se rompeu para sempre.<br><br>Há algumas horas atrás havia um grupo nas redes sociais em que uma pessoa postou um vídeo de um brasileiro sendo espancado em fevereiro de 2023.<br><br>Por causa de um país se separando em cette grupos, polos, seitas. Pela interrupção de um Brasil que queríamos.<br><br>Agora começamos a ver os resultados fanaticos de tudo que vivemos e agora estamos incumbidos a viver. Em um fanatismo que nos leva a justificar ou tolerar violências que são monstruosas. Até que ponto a intolerência vai nos levar? Até que ponto, antes de nos contemplarmos como depois.